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Técnica e ofício aliado a capacidade de coaperender e preceptar

Vou começar falando de autodidatismo que particularmente falando é um meio de se criar e aprender simultaneamente, com ou sem referências de forma colaborativa ou não. É uma das práticas mais antigas executadas pelo homem. Tão antiga que afirmo: “foi assim que tudo começou”, presente nos dias atuais, qualquer indivíduo, jovem, adulto ou idoso, em oficinas, ateliês, estúdio, laboratório ou até mesmo navegando na internet, lendo e publicando na web, é, involuntariamente, autodidata.
Na antiga Grécia a educação do povo passava pelos preceptores (sábios, tutores) que possuíam a informação e as passavam aos seus preceptorados (aprendizes), a informação que vinha do ócio e ofício (Meio informal de trabalho, lazer e educação espontânea), das escrituras e da cultura popular difundido por ferramentas de entretenimento como teatro em praças públicas, aglomerados informais e etc…
Fazendo uma analogia entre os meios educacionais e tecnológicos dos dias atuais em relação a busca do conhecimento com os da antiguidade, podemos identificar pontos comuns que nos dão a dimensão da necessidade de utilizar a diversidade de meios aplicados ao ensino-aprendizagem nos dias de hoje. Aristóteles, de maneira genérica, sustentava que o intuito da educação é formar homens honestos, capazes, corajosos, justos e disciplinados. O objetivo de todo legislador é tornar os cidadãos bons cumpridores de suas obrigações e deveres, portanto, criar regras sobre a educação é indispensável. Aristóteles pondera o sistema educacional como parte integrante do sistema estatal.
Falar de Educação, é falar de busca e transmissão de conhecimentos, seja este de mitos, matemáticos ou de linguagens; as práticas gregas difundiam o pensamento de uma cultura que ao longo dos séculos influenciaram a história da humanidade, tem-se conhecimento da filosofia de Sócrates e Platão, estuda-se história da humanidade através das artes, arquitetura daquela sociedade, conhecemos democracia em função da busca de inovações tecnológicas dessa mesma civilização que queria mostrar seus ideais ao mundo. Portanto, a tecnologia não está apenas nos modernos computadores ou na banda de internet nem na capacidade computacional de servidores em nuvem, ela está presente na melhor forma que se encontra para facilitar as ações de cotidiano, exemplo disso é a escrita antiga que já foi em pedras e rolos de pergaminho, papiro e que evolui para os múltiplos formatos chegando aos algoritmos que possibilitam a construção de maravilhas nunca antes imaginadas, hora em formato digital hora analógico.
Com o passar do tempo e a formação do Estado que conhecemos hoje, descobriu-se ainda na antiguidade que a educação é um componente de controle sociológico. O Estado deveria estabelecer como e o que os indivíduos deveriam aprender ou conhecer para que a sociedade caminhasse dentro de determinada ordem. É a partir daí que surgem as academias e os exercícios programados, eventualmente a monetização sistemática e o engessamento do sistema educativo.

Em Nicômaco (principal obra de ética de Aristóteles), afirma que todo indivíduo julga corretamente os assuntos com os quais está familiarizado e conhece, sendo dele um bom juiz, e assegurar ainda que para aqueles que são passionais (preceptorados – jovens inexperientes), o conhecimento não tem valor, mas para aquele que guia seus desejos e ações pelo princípio racional, o conhecimento é extremamente indispensável e valioso.

Essa passagem nos leva para uma premissa que: já na antiguidade a problemática de proporcionar métodos e ferramentas de aprendizado tinha o objetivo de atingir os jovens, devido ao período mais adequado fisiologicamente falando para indução e formação do caráter adequado.
Pesquisas apontam que o primeiro passo para se tornar um autodidata seria preservação da curiosidade infantil em adultos. Os jovens têm a curiosidade à flor da pele, não se contentam com respostas superficiais. Com estímulos e incentivos customizados e direcionados para o conhecimento, ao crescerem torna-se autodidatas detentores não só de habilidade mas múltiplas capacidades tornando-se um Maker que na atual sociedade trata-se de um indivíduo alto produtivo, dotados de capacidades e conhecimentos independente de fatores restritivos.
Tanto no passado como no presente, a educação precisa ser dinâmica e convidativa e customizada para cada indivíduo, o formato do ensino de hoje pode mudar do dia pra noite, isso porque falamos de indivíduos distintos; a produção e utilização de recursos pedagógicos devem acompanhar a velocidade com que as inovações acontecem em todos os setores da sociedade.

Estamos diante de um ótimo exemplo, a propagação do fenômeno EAD (Ensino à Distância), modalidade de ensino que se propõe a romper barreiras geográficas e temporais, e não há dúvidas de que tal modalidade e efetiva e no meu ponto de vista sintetizam o autodidatismo.
O aprendizado então depende da capacidade do indivíduo de estabelecer conexões e reconhecer padrões. Tal capacidade aliada à disciplina determinação e prática conduz para a busca constante pelo conhecimento, chamamos isso de efeito atalaia.
Outra questão interessante é que em pleno século XX era raro um autodidata diplomado. Eles estudavam assuntos de seu interesse, se aprofundavam e aprimoravam tal conhecimento, criando inclusive teorias que contribuirão muito para o cenário globalizado que temos hoje. A facilidade em aprender e dominar determinado assunto não se restringe somente as ciências. Existem inúmeros especialistas e principalmente artistas autodidatas.

Alguns Autodidatas famosos:

Bill Gates - (fundador da Microsoft)
Alexander Graham Bell - (cineasta e inventor)
Stanley Kubrick - (cineasta)
Woody Allen - (cineasta, músico, roteirista, escritor)
Henry Ford - (fundador da Ford)
Charles Dickens - (romancista)
Walt Disney - (cineasta, produtor e animador)
Albert Einstein - (físico)
Jimi Hendrix - (guitarrista, cantor, compositor e produtor)
José Saramago - (escritor)
Machado de Assis - (escritor)

Já que o nosso foco de atuação é nacional vejamos o panorama da educação no Brasil ao longo dos anos, podemos dizer que tivemos uma boa evolução no sistema educacional. No Sistema artesanal e arcaico, o ensino básico era ao ar livre, com pequenos grupos reunidos e apenas um mestre autodidata dentro de um uma conjuntura rural subdesenvolvida, “Minha querida mãe fez parte deste contexto”. Passamos depois para o Sistema Padronizado, onde o conhecimento era transmitido para grandes grupos, com pessoas de mesma idade em locais fechados e com matérias decoradas gerenciadas por professores.
Atualmente, por exigência dos próprios alunos, entramos definitivamente na era da educação digital, denominada 3.0, onde cada aluno recebe conteúdo customizado de acordo com seu interesse e ritmo de aprendizagem administrado por um orientador ou não.
Na era do conhecimento digital aberto, marcado pelo acelerado desenvolvimento das tecnologias voltadas para a educomunicação, disseminação massificada de meios e espaços virtuais que suportam a criação e multiplicação das plataformas de socialização, passa a ser extremamente relevante discutir o futuro de uma educação aberta em território nacional.
Hoje, é muito comum e por exigência do mercado, que os autodidatas acabem se formando, e mantendo atividades extras curriculares para desenvolver suas capacidades potencialmente lucrativas. Muitas vezes tratadas como uma espécie de hobby, no qual acabam tendo mais expertise do que na própria profissão. Outro ponto importante é propor soluções para divulgar e valorizar produtos feitos por artesãos regionais. Apesar de serem produtos bonitos, funcionais, normalmente não são divulgados em ampla escala nem valorizados ou bem remunerados por conta do desconhecimento do valor agregado, dos processos manuais de fabricação e da história de quem os faz.

Adquirir conhecimento fora da universidade é a proposta do movimento Pontup Worb/lab, que chega ao Brasil este ano. Com base no movimento lançado há três anos e meio nos EUA, o fomento é protagonizado por pessoas que desejam construir caminhos próprios de aprendizagem e aprimoramento intelectual transformando isso em negócios.
O Movimento Uncollege usado como referência é coordenado pelo americano Dale Stephens, agora com 22 anos, que abandonou a escola e logo depois a faculdade, descontente com o sistema convencional de ensino. Hoje, seus colaboradores oferecem programas como: ano sabático, que envolve cursos livres em São Francisco, na Califórnia, com palestras, seminários, e estágios preceptorados.
Nosso objetivo é desenvolver estudos de base heurística, verificar caso sobre processos de co-criação e co-aprendizagem que estão sendo realizados pelos grupos de pesquisas formados no primeiro momento em território nacional, tudo que seja relacionado com co-aprendizagem baseada em co-investigação, e que tenha o envolvimento de pesquisadores de países da América latina, EUA, Reino Unido, Portugal, China, Coreia, Israel e outros. Utilizar a nossa plataforma como espaço de criação, acompanhamento, compartilhamento dos estudos e pesquisas apontados.
As novas vivências da Pontup fizeram com que eu enxergasse oportunidades de formação de novos negócios.
“Percebi que a maioria das pessoas que vendiam seus produtos em plataformas mais conceituadas também usava outros canais. Com isso, a criação organizacional dos novos empreendedores ficava em segundo plano, pois é difícil fazer um controle eficiente ”, “Pensei na possibilidade de criar um Data Room na qual os artesãos, designers, empreendedores pudessem gerenciar as divulgação de seus produtos, e serviços. Os interessados terão em breve um portal na internet para se cadastrar e catalogar seus produtos e serviços. A ferramenta pretende ampliar o mercado disponível para as empresas de pequeno porte também. O escopo, ainda está em formatação, a premissa é que essa espécie de plataforma eletrônica de negócios funcione no mesmo ambiente online que deverá ser usado por quem pretendem maximizar os seus negócios no país. O Worb/lab, projeto da Pontup visa auxilia empreendedores em estágio inicial dos negócios, com dicas de empreendedorismo e gestão criativa, leva para internet uma forma mais dinâmica de capacitação com módulos e pautas discutidas em campo e também nos laboratórios.
Outro ponto importante é a integração dos interesses individuais e coletivos com ferramentas de pesquisa e desenvolvimento. O projeto utiliza o conceito de “fab labs” e interfaces tecnológicas open source e engenharia reversa (E.R) para pesquisas colaborativas. Através de abordagens qualiquantitativas, desenvolver metanálises de documentos sobre assuntos diversos, ligado a: neurociência, educomunicação aplicado ao autodidatismo tornando-o colaborativo, e preparando material de apoio informacional como dicionários, questionários, dinâmicas, palestra e workshop para coleta de dados procurando torna o conjunto autossuficiente.

Visando o potencial que o Brasil possui para trabalhar o projeto de implantação usaremos a própria metodologia de co-aperender para desenvolver novas modalidades de educar, estimular o encontro de pessoas com o objetivo de preceptar conhecimento de uma maneira não arbitrária, desarticulada, coletiva e transformar os nossos autodidatas em makers.

Não há dúvidas de que o autodidatismo é relevante para o aprimoramento intelectual, não se deve acreditar que este por si só é suficiente para a formação completa do indivíduo, mas acreditamos que ele deve ser estimulado antes e depois de qualquer formação acadêmica educacional ou operacional. Frequentar as chamadas escolas em um segundo momento é essencialmente necessário, na medida em que o convívio acadêmico possibilita ao indivíduo o intercâmbio de conhecimentos e de experiências, indispensáveis para a lapidação epistemológica do ser humano.

Referências:

BECH, James Marcus. A Faculdade da Vida: Segredos de um desbravador do conhecimento em busca do sucesso. Rio de Janeiro: Best Seller Ltda, 2010. 268 p. Tradução de: Secrets of a buccanner scholar.

LLANO, José Gregório de. e ADRIÁN, Mariella. A Informática Educativa na Escola. São Paulo,
Edições Loyola, 2006.

Okada, A.; Buckingham Shum, S.; Bachler, M. Tomadaki, E., Scott, P., Little A. and Eisenstadt, M.
(2009). Knowledge media tools to foster social learning. In: Hatzipanagos,S. and Warburton, S.,
Social Software and developing Community Ontology, Hershey PA: Information Science
Reference IGI Global